terça-feira, 10 de setembro de 2013

Sobre "não começar"

Um dos segredos, na morte dos defeitos, é "não começar": não começar a pensar, não começar falar e não começar a fazer as besteiras.

Na morte do ego, um dos segredos fundamentais é esse de "não começar": não começar a pensar e não começar a fazer o que não se deve. Sempre que "começamos", não conseguimos mais nos livrar daquilo que acordamos. É mais fácil evitar dar a partida do que parar o carro a cem quilômetros por hora.

Corte todas as formas de alimentação do desejo que você quer eliminar. Toda lembrança, toda fala, todo ato, todo olhar, tudo! Morra! Que aquilo não exista mais para você!

Nos casos mais graves, você deve mesmo evitar totalmente a presença e a proximidade do objeto desejado. Isso não é fugir do enfrentamento e nem reprimir. É descobrir canais de alimentação que antes eram inconscientes, é encontrar formas inconscientes de nutrir o defeito e removê-las.

Corte absolutamente tudo e nos conte os resultados. Preste atenção nos detalhes pequenos do seu comportamento, formas disfarçadas e sutis de nutrir defeitos.

Ampliação em 10/09/2013

Se procedermos assim, desviando os passos daquilo que nos arrasta para o mal, ficaremos cada vez mais sáttwicos, mais elevados espiritualmente e nossas experiências com a ayahuasca serão experiências de luz.

Reaprendizagem da vida por uma planta maestra

A experiência da ayahuasca é assimilável e compreensível, apesar de não ser muito definível e nem explicável.

A ayahuasca promove um "desaprendizado" o qual, por sua vez, resulta em um reaprendizado, em um aprendizado novo. As sinapses se tornam livres para sofrer então um rearranjo.O rearranjo das sinapses livres não ocorre ao acaso, é guiado por forças espirituais. Daí a necessidade de sintonia com o Alto antes e durante a experiência. Quanto mais sáttwicos estivermos, mais elevada será nossa experiência. 

Tudo o que vemos, percebemos e sentimos é uma questão de aprender e compreender. Ao longo da vida, aprendemos a compreender o mundo de determinada maneira. O resultado é a nossa atual forma de ver, sentir e perceber as coisas. Nossos erros, vícios, traumas, problemas emocionais, fobias etc. são formas defeituosas de aprendizagem que desenvolvemos através de experiências tortuosas e possuam suas raízes no passado. A forma como recebemos os acontecimentos passados determinou a forma como os vemos hoje.  

Quando você passar pela experiência da ayahuasca, nunca se esqueça: você irá se transformar em outro, será algo distinto.

Quando o nosso modo de compreender sofre uma transformação radical, desenvolvemos a capacidade de enxergar o que antes não éramos capazes e tudo muda. Por isso os xamãs dizem que a ayahuasca é uma planta maestra: ela corrige as aprendizagens defeituosas e ensina.

Algumas vezes, a mudança psicológica é tão radical e súbita que a pessoa se apavora. O medo da ayahuasca é o medo de nunca mais voltarmos à realidade que nos é familiar, à realidade conhecida e que tanto amamos. O medo se deve ao moha. Tememos ficar presos para sempre na realidade espiritual.

Quando você vê uma montanha, não vê a totalidade da montanha, há muito mais a ser visto. A totalidade da montanha ultrapassa em muito aquilo que o olho humano normalmente vê. Sob o efeito medicinal da ayahuasca, vemos os aspectos da montanha (e do universo) que estão além do alcance da vista normal pois nosso modo de entender a montanha muda completamente e nela encontramos formas que nunca havíamos cogitado. 

No fundo, a capacidade de enxergarmos as outras dimensões, os seres espirituais, os universos paralelos, os espíritos da natureza, de sairmos do tempo e do espaço etc. corresponde meramente a uma forma específica de compreender e receber a realidade, mas a mudança não é tão fácil de realizar como parece. As estruturas mentais estão cristalizadas dentro de nós e não cedem ao mero esforço da vontade.

Uma forma rápida e brusca de quebrarmos as estruturas mentais rígidas é através das plantas de poder como a ayahuasca. Uma forma um pouco mais lenta, mas igualmente eficaz e mais "homeopática" é a meditação. E uma forma bem mais lenta, mas muito mais duradoura e enraizada é a Morte do Ego.

Nenhuma planta maestra promove a Morte do Ego, como muitos pensam, mas a ayahuasca a facilita enormemente ao descondicionar o entendimento e ampliar a compreensão sobre nós mesmos e sobre o mundo em que vivemos. E quem negaria que a Morte do Ego depende da melhor compreensão do que somos e da transformação das impressões do que percebemos?  

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Mentiras sobre a Gnosis e os V.V.M.M. Samael e Rabolú

Sobre supostos "plágios" de Samael


Alguns detratores da obra do V.M. Samael acusam-no de plágio. É uma acusação infundada pelos motivos que seguem:
O V.M. Samael não dominava as técnicas acadêmicas de citação de obras, pois não era acadêmico e sim um homem simples que vivia na Colômbia, um país atrasado;
Na época em que ele lançou seus livros, os modernos recursos eletrônicos de editoração e correção de erros não eram disponíveis, muito menos nas cidadezinhas do interior da Colômbia. O escritor redigia os textos à mão ou em máquinas de escrever, o que tornava quase impossível que TODOS os erros gráficos, gramaticais e técnicos de um livro fossem corrigidos;
Era muito difícil para uma pessoa pobre publicar um livro naqueles tempos e quem o conseguia tinha que correr contra o tempo, enviando rapidamente os manuscritos para as gráficas, o que fazia com que muitos erros sempre fossem junto;
As frases supostamente "plagiadas" de outros autores são, na verdade, paráfrases ou citações inseridas nos textos de forma tecnicamente errônea, faltando somente as aspas e os nomes dos autores. A simples inserção de aspas e notas de rodapé resolveriam o problema, mas seguidores fanáticos do mestre não permitiram que se fizesse qualquer inserção, o que prejudicou a credibilidade dos seus trabalhos.

Ressalto que isso aconteceu somente em alguns poucos casos e uns poucos livros.


Mentiras sobre a Gnosis, Samael e Rabolú


"Samael Aun Weor vivia se auto-elogiando em suas obras"

Mentira! O que acontece é que seu bodhisattwa louvava o Ser Interior. O Íntimo de todo ser humano é um mestre e merece louvor, pois é Deus dentro do homem. Não há nada demais em louvar a Deus, que é onipresente e está dentro do homem, dos animais, das plantas e em toda a criação.
Qualquer alma que se desprenda da mediocridade por alguns momentos e se fusione com seu Íntimo experimentará o estado divino e se converterá no Esplendor dos Esplendores, em um Dragão de Sabedoria, podendo dar testemunho disto quando retornar. E não haverá presunção alguma em tal testemunho pois reconhecer e atestar a Grandeza de Deus é prova de humildade e não de arrogância, orgulho ou petulância. Louvar a Grandeza de Deus dentro de você não é convencimento, pois você não estará louvando a si mesmo e nem a seu Ego, mas sim ao Espírito Divino do qual você faz parte e é tão somente uma fagulha.
Quando o bodhisattwa Victor enaltece Samael, não está se auto-elogiando, como supõem os ignorantes que desconhecem a constituição interna do Homem, está louvando, venerando e enaltecendo o Poder Maior que o considerou digno de ser Seu instrumento de expressão. Entenderam, difamadores?

"Cristo é o demiurgo criador do mundo físico que os gnósticos dos primeiros séculos combatiam"

Mentira! Se isso é assim, então porque Ele mesmo é enaltecido nos evangelhos gnósticos de Tomé, Felipe, Maria Madalena, Pistis Sophia e muitos outros? Estudem antes de blasfemar, seus ignorantes.

"A gnosis samaeliana adora o demiurgo que os antigos gnósticos dos primeiros séculos combatiam"

Mentira! O demiurgo que os gnósticos antigos combatiam é um símbolo dos poderes fascinantes deste mundo, o qual Pistis Sophia deve vencer para alcançar seu regresso para a Luz, através dos diversos Eons. Esse demiurgo não é nenhuma entidade pessoal e sim a própria matéria física, por isso é que os apócrifos gnósticos dizem que ele é o criador deste mundo (o mundo físico ou material). Ele não tem nada a ver com o Absoluto, que é o Demiurgo Maior e criador de todos os Eons (que Samael chama de "Grande Arquiteto do Universo").
Saibam, ó ignorantes, que a palavra Demiurgo significa "produtor ou criador", aquele que faz alguma coisa acontecer. É uma palavra genérica e ampla que não possui em si mesma o significado intrínseco de "criador disto ou daquilo".

"O termo demiurgo provém do latim demiurgus, e este por sua vez do gregoδημιουργός (dēmiourgós), literalmente "o que produz para o povo", e foi originalmente um termo comum que designava qualquer trabalhador cujo ofício se faz de uso público: artistas, artesãos, médicos, mensageiros, advinhos etc, e no século V a.C. passou a designar certos magistrados ou funcionários eleitos.Platãoo utilizou em seu diálogo Timeu, uma exposição sobre cosmologia escrita por volta de 360 a.C., onde o Demiurgo figura como o agente que, embora não seja o criador da realidade, organiza e modela a matéria caótica preexistente de acordo com modelos perfeitos e eternos." (Wikipédia, fonte:http://pt.wikipedia.org/wiki/Demiurgo).

Qualquer criador de qualquer coisa pode ser chamado de demiurgo e não somente um criador de mundos. Os ignorantes difamadores da Gnosis não sabem disso, desconhecem o significado desta palavra e, ao verem o V.M.S. usá-la, imediatamente concluíram que ele estava se referindo ao criador deste Eon e não ao criador maior de todos os Eons. Em nenhum momento o Mestre Samael diz que devemos ficar rendendo culto aos poderes fascinatórios deste mundo físico, muito pelo contrário: a morte do Ego é a libertação da alma das correntes deste mundo.
Nem na gnosis samaeliana e nem na gnosis dos livros apócrifos dos primeiros séculos a palavra "demiurgo" é usada em sentido antropomórfico, como imaginam os desconhecedores.
É claro que o Verdadeiro Deus Inefável, que envia o Christos para salvar Pistis Sophia, é também um criador e, portanto, um demiurgo divino.

"Todos os livros dos antigos hebreus e gnósticos mencionam Samael como um demônio"

Mentira! Se, por um lado há textos que afirmam isso, por outro lado há também textos da antiguidade que afirmam o contrário e dizem que Samael é um anjo exaltado, habitante do sétimo céu, líder do quinto céu, o "quinto anjo dos sete", guardião de Esaú etc.
Portanto, na literatura antiga, Samael aparece ora como uma hierarquia celeste elevada e ora como um demônio.
O motivo dessa aparente contradição são os processos de ascensão, queda e descida pelos quais esse Ser Divino passou. Quando um mestre cria seus veículos solares e cai, recria o Ego e adquire um duplo centro de gravidade, o que é horrível e doloroso. O V.M. Samael levantou-se e caiu três vezes em passados remotos, por isso as mitologias dos antigos o retratam de forma contraditória.

Aqui vai um artigo sobre o Samael mitológico, bem esclarecedor:


Não se deixem enganar pelos mentirosos e difamadores.

"Samael é homofóbico"

Mentira! Se ele fosse homofóbico, não criticaria também a degeneração heterossexual e nem desejaria que os homossexuais praticassem a magia sexual com pessoas do sexo oposto, como ele explica em "A Doutrina do Super-Homem".
Samael critica todas as práticas sexuais que assinalem degeneração, sejam práticas homossexuais ou heterossexuais. Há nos seus livros extensas críticas aos Don Juans, adúlteros, masturbadores e celibatários. Na visão samaeliana, toda pessoa que não pratique magia sexual branca é sexualmente degenerada, excetuando-se as crianças, que ainda não possuem sexualidade desenvolvida. Não há, portanto, críticas exclusivas aos homossexuais.

"Samael copiou os rituais de Aleister Crowley, pois os rituais de ambos são parecidos e Crowley veio antes dele"

Mentira! O fato de existirem alguns pontos de semelhança entre dois rituais não significa que um tenha sido copiado do outro, assim como o fato de duas pessoas terem pensamentos parecidos não significa que outras mil pessoas não tenham os mesmos pensamentos e nem que uma tenha roubado o pensamento da outra.
Os rituais da Igreja Gnóstica são praticados desde tempos imemoriais nos mundos superiores e não foram inventados por ninguém, são ritos da natureza, que refletem a inteligência solar. Se Crowley aprendeu tais ritos e depois os aplicou, com significados invertidos, em suas práticas imundas de magia negra, a culpa é toda dele e não dos verdadeiros mestres da Loja Branca. Nem Samael e nem Huiracocha podem ser responsabilizados pela demência de um mago negro, seja Crowley ou Papus, que se meta em estudos esotéricos para aprender ritos e depois os profane e os inverta, como faziam certos padres diabólicos da Idade Média com os ritos da Igreja Católica.

"Samael ensina a repressão sexual"

Mentira! Ele ensina justamente o contrário: como desenvolver a sexualidade de forma positiva e superior. A morte do ego conduz a uma visão completamente realista e natural do sexo, ao contrário da visão do luxurioso e do recalcado, que são completamente artificiais. O luxurioso é desesperado por sexo e o considera o objeto central de sua vida, o recalcado tem horror ao sexo e o considera um pecado terrível. Comumente, as pessoas costumam oscilar entre as duas visões nefastas de sexualidade.

"Samael é nazista, pois escreveu um livro intitulado 'A Doutrina do Super Homem' "

Mentira! Deixem de ser ignorantes: a idéia do super homem é muito anterior a Hitler, existe nas culturas antigas. Todo mito do herói é o mito do super homem. Se esse raciocínio tivesse fundamento, teríamos então que proibir todos os filmes de Hollywood sobre o Superman!

"Samael era vigarista, pois há pessoas que usam seu nome para ganhar dinheiro"

Mentira! Se uma pessoa é culpada porque outra usa seu nome para enganar os outros, então VOCÊ, que pensa de tal maneira, deveria ir para a cadeia caso alguém usasse o seu nome para cometer crimes, enganar os outros etc, sem que você soubesse disso.
Um mestre não tem culpa se alguns idiotas se dizem seus discípulos e exploram a humanidade. Os culpados são os exploradores.
Nenhum discípulo autêntico do V.M.S. é vigarista. Os vigaristas são ex-discípulos, desviados, ou então pessoas que nunca pertenceram ao discipulado autêntico mas que se intrometeram nos círculos gnósticos. A doutrina samaeliana é "anti-vigarice", basta ler seus livros.

"Os gnósticos não permitem questionamentos"

Mentira! Os estudos gnósticos priorizam os questionamentos, tanto que o estudo é feito sob a forma de conferências com perguntas ao final, aproximando-se o estudo do método socrático. O que não se permite nos grupos é o caos dialógicos, tão apreciado pelos sofistas, pois buscamos o esclarecimento e não a confusão. Se você não gosta de diálogos organizados e nem de inquirição metódica, vá procurar um círculo em que as pessoas gostem de discutir de forma desorganizada. Não somos bêbados e nem fofoqueiras de esquina, que tagarelam sem objetivo e sobre futilidades. Nossos estudos não são conversa de boteco.
A gnosis não é afeita a debates, discussões e polêmicas, pois nossa meta não é a confusão.

"Samael plagiou Gurdieff, Blavatsky e outros autores ocultistas"

Mentira! O que existem são erros técnicos nos seus livros (paráfrases e frases de outros autores citadas sem recurso a normas técnicas), que seriam facilmente corrigidas simplesmente acrescentando-se aspas. Tais erros técnicos não foram corrigidos pelos revisores e editores e, para piorar, seguidores fanáticos do Mestre não permitem que se corrija até hoje. O acréscimo de simples aspas com notas de rodapé corrigiria imediatamente o problema.
Leve-se em conta que muitos livros são transcrições literais de conferências, sendo comum que alguém, ao dar uma conferência, mencione certas frases de autores, muitas vezes conhecidos dos presentes, e se esqueça de ficar decorando e recitando as respectivas fontes. Além do mais, publicar livros em países subdesenvolvidos como a Colômbia e o México nas décadas de 50 e 60, sendo o autor pobre e sem recursos, é um grande feito ao qual nem sempre se pode exigir perfeitas correções e revisões gráficas e técnicas.
Ademais, as idéias dos autores ocultistas não se originaram do nada, eles as aprenderam de outros que vieram antes deles. Isso acontece em qualquer campo, não somente no ocultismo.

"Samael e Rabolú são charlatães, pois se contradizem algumas vezes"

Mentira! Não há problema algum em contradizer ou ser contradito por alguém, isso é simplesmente algo natural quando se trabalha honestamente com a construção contínua de conhecimento. Quando um mestre corrige ou contradiz outro, não o faz por inveja, ódio ou intenção de denegrir, como imaginam os detratores da Gnosis. Para os mestres, ser contradito não é uma desgraça, como costuma ser para vocês, ó detratores anti-gnósticos! Eles não se incomodam com isso nem um pouco e até agradecem quando são corrigidos.


terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Paralisia do sono: uma dica

Ontem, quando fui meditar, tive uma paralisia. Ao invés de tentar me mover, tentei relaxar mais, aquietar mais a minha mente e ficar mais consciente. Tomei a paralisia como um dos sinais de que a meditação estava se aprofundando e tentei aumentá-la. O resultado foi que ela sumiu imediatamente.

Lobsang Rampa afirma que a paralisia é provocada pelo desejo de reverter o processo do sono, o que faz com que a pessoa fique ansiosa e apressada para se movimentar, travando o processo: o sono não aprofunda e não reverte.

A paralisia resulta de um conflito entre o processo corporal do sono, que está avançando, e o desejo da pessoa, que é o de revertê-lo. Ou seja: a pessoa provoca o sono (porque se deita para dormir) e, quando o percebe, fica com medo e quer voltar. Há, portanto, uma contradição: sono X desejo de acordar. Logo, resolvendo esta contradição, resolvemos também o problema.

Pessoas experientes na prática da meditação e da viagem astral não sofrem com a paralisia, pois não desejam reverter o processo natural do sono assim que o percebem conscientemente, ao contrário dos iniciantes e novatos, que se assustam com o mesmo.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Ayahuasca e a confusão do termo "droga"

O problema não está na palavra "droga" em si, mas em seu sentido pejorativo. Se as pessoas usassem essa palavra em seu sentido original (medicamento), não teria problema algum. Mas a palavra droga é usada para designar algo que não presta, perigoso, que deve ser banido e que somente desfruta da simpatia de pessoas más. A divisão entre drogas "lícitas" e "ilícitas" não resolve nada, já que por trás, bem escondido, continua ainda o sentido pejorativo.
Os leigos e ignorantes supôem que todas as substâncias que são designadas pelo nebuloso termo "drogas" são iguais, possuem os mesmos efeitos ou efeitos muitos semelhantes. Desconhecem que os efeitos das múltiplas substâncias existentes na natureza variam enormemente,tanto no nível físico quanto no psíquico, sendo em alguns casos absolutamente opostos. Para eles, o único e melhor estado de consciência é o da consciência ordinária, considerado o estado de mais alta lucidez, discernimento e sobriedade. Ao invés de estudar, preferem esconder-se no desconhecimento e recusam-se a colocar suas crenças à prova.
Os desconhecedores generalizam o uso do termo. Acreditam que todas as "drogas" sejam iguais e tenham efeitos semelhantes. Desconhecem que as diversas substâncias possuem efeitos distintos e até opostos. Todo psicoativo tem um efeito específico e distinto sobre a consciência. Porém, os ignorantes pensam que sabem o que é a consciência, mesmo que sejam incapazes de dar resposta satisfatória ao questionamento do filósofo Chalmers.
O errado é supor que todos os psicoativos sejam bons ou maus. Não há tal coisa. Alguns psicoativos podem ser extremamente perigosos ao homem, tanto física quanto espiritualmente. Outros podem ser sumamente úteis e até necessários. Então a generalização só pode ser coisa de quem não gosta de pensar com cuidado no assunto e não quer se aprofundar.
A palavra "droga" é polissêmica, tem um significado absolutamente impreciso e não dá conta da necessidade de classificar ordenadamente a questão das substâncias psicoativas. Seu significado sofreu muitas alterações ao longo da história, tendo se desvirtuado e perdido sua originalidade. As substâncias psicoativas requerem atualmente uma classificação precisa e livre de ambiguidades e confusões.
O uso do vulgar e impreciso do termo "droga" tem o efeito de atrapalhar o claro entendimento da problemática envolvendo as substâncias que atuam sobre o comportamento e sobre o psiquismo. Tal termo já deveria ter sido substituído por outro mais eficaz há muito tempo, mas não o foi por servir aos interesses daqueles que se beneficiam com a confusão.
Os inimigos da ayahuasca escamoteiam as diferenças entre ela e as drogas. Recusam-se a aprofundar tais diferenças, pois a confusão neste campo lhes é conveniente.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Perguntas importantes

P. Quem são as pessoas que não podem tomar ayahuasca?

R. São as pessoas que não querem ou não são capazes de se submeter às disciplinas e exigências da bebida, bem como as pessoas portadoras de certos transtornos psiquiátricos e certas doenças físicas específicas.

P. A ayahuasca pode curar os viciados em drogas?

R. Depende. Se o viciado está sinceramente tentando se curar e for capaz de se afastar do vício por algum tempo, a ayahuasca lhe dará forças para se libertar. Contudo, se o viciado cometer a loucura de tentar conviver com as duas coisas, sem largar nenhuma, será fulminado cedo ou tarde. Não se pode mesclar o celestial com o infernal impunemente.

P. Por que há pessoas que tomam ayahuasca e passam a acreditar que são Jesus Cristo, Buda ou outros personagens religiosos?

R. Porque não foram instruídas ou não possuem a lucidez suficiente para compreender o que é a verdadeira comunhão das almas no céu e distorcem a experiência.

Nos mundos superiores, a comunhão de almas é tão grande que a individualidade desaparece. Se um personagem religioso ou herói mítico é muito importante para mim, me fusionarei com ele e vivenciarei sua vida como se fosse a minha. Entretanto, esta comunhão se verifica somente lá, nas alturas, e não aqui embaixo. Uma pessoa fraca de entendimento poderá não compreender que sua comunhão foi temporária e, ao retornar, seu ego ordinário se encherá de orgulho e distorcerá a experiência. E a culpa não terá sido da ayahuasca, que somente proporcionou a experiência, mas sim do Ego humano que não foi capaz de assimilá-la e a distorceu.

P. Ayahuasca produz dependência psicológica?

R. É uma pergunta absurda. Não existe dependência psicológica produzida por elementos externos, pois quem produz a dependência psicológica é a própria pessoa. Uma pessoa pode ser dependente da ayahuasca tanto quanto pode ser dependente de carros, de televisão, de roupas de grife. O mecanismo da dependência psicológica é o mesmo. Retire de você alguns objetos dos quais gosta muito e você se descobrira um dependente psicológico daquilo. Ou seja: todas as coisas agradáveis podem ser veículo de uma dependência psicológica, mas quem cria a dependência é o psiquismo da pessoa. Quem foi que te tornou depende psicologicamente da televisão? Foi a televisão ou foi você mesmo?

P. Por que as visões da ayahuasca não são alucinações?

R. Em primeiro lugar, porque, ao contrario do que ocorre nas alucinações, o sujeito da experiência se mantém consciente de que os objetos de suas percepções alteradas não pertencem à realidade tridimensional. Se vejo, sob efeito da ayahuasca, um espírito em forma de jaguar na minha frente, saberei que aquela é uma entidade espiritual e não acreditarei que fugiu de algum zoológico. Os videntes ayahuasqueiros não confundem as almas que percebem com seres físicos, preservam o discernimento. Já o alucinado não possui discernimento. Quem tem uma alucinação com um jaguar, telefonará para o zoológico, pois acreditará que o jaguar é de carne e osso.

Em segundo lugar, porque essas percepções, quando experimentadas coletivamente, muitas vezes coincidem com espantosa riqueza de detalhes.

Em terceiro lugar, porque o conteúdo dessas visões, quando se referem a fatos deste mundo material, pode, muitas vezes, ser verificado e confirmado por outras pessoas de forma independente.

Esses fatos deveriam ser motivos mais que suficientes para se classificar a ayahuasca como uma substancia visionaria misteriosa, distinta dos meros alucinógenos é digna de ser melhor investigada por físicos, filósofos da mente e parapsicólogos.

P. Por que a ayahuasca não é droga?

R. Porque ela proporciona experiências completamente distintas das drogas e porque os efeitos fisiológicos também são diferentes. As ondas cerebrais correspondentes ao estado místico da ayahuasca são muito semelhantes às ondas do estado da meditação e completamente diferentes das ondas dos psicóticos e dos viciados. Se você duvida, que vá estudar e pesquisar este ponto.

É interessante observar que as pessoas qualificam a ayahuasca como droga, mas não a colocam ao lado dos medicamentos, isto é, dão à palavra droga um sentido pejorativo. O motivo são as visões: toda percepção do ultra é considerada, pelos ignorantes, como alucinatória. Para eles, somente a percepção sensorial comum tem status de janela para a realidade. Por que eles não vão estudar um pouco de filosofia da mente e física quântica, antes de se pronunciarem sobre o que não conhecem?

Se você é um desses quimiofóbicos que sentem pavor dos princípios ativos da ayahuasca, sugiro que arranque a glândula pineal do ceu cérebro e também que destrua todos os tecidos do seu corpo físico, pois as betacarbolinas e as triptaminas existem dentro de você. Essas substâncias existem naturalmente nos corpos dos seres humanos e, se fossem realmente tão diabólicas e terríveis como querem fazer parecer, então o melhor mesmo seria que as pessoas parassem de viver...Cuidado! Se apavore! Você contém betacarbolinas e triptaminas em seu corpo!!!!

P. Por que a experiência da ayahuasca não é coisa do Diabo?

R. Porque ela empurra o homem para o bem e não para o mal, cura doenças, proporciona sentimentos intensos de amor a Deus e à humanidade, origina sentimentos intensos de comunhão com a criação, um desejo ardente de unir-se a Deus e de libertar-se dos pecados, dá o arrependimento, promove a revisão da vida e a correção da conduta pecaminosa, além de exigir castidade. Certamente, o Diabo não inspiraria o homem a buscar a Deus, a amá-lO, a entregar-se a Ele. Tampouco inspiraria o homem a se libertar dos pecados.

A ayahuasca proporciona tudo aquilo que vocês, os fanáticos religiosos, sempre buscaram tanto e nunca conseguiram: a castidade verdadeira, o desapego, o desprendimento de Mammom. O vinho das almas permite que se alcance virtudes reais de fato e que se abandone definitivamente as virtudes fingidas e simuladas, tais como aquelas que vós, os fanáticos religiosos, praticais. Vos, os fanáticos, sois fracos e não praticais aquilo que pregais. É por isso que acusais a ayahuasca de ser um presente do Diabo. Saibam que pagarão caro por blasfemarem e atentarem contra a obra de Deus, movidos pela inveja daqueles que verdadeiramente conseguem praticar as virtudes que tanto cobiçais.

P. Por que algumas pessoas ficam apavoradas quando ingerem ayahuasca?

R. Porque não suportam a crua realidade que lhes é revelada.

Não há como dissociar a experiência espiritual da questão da morte. Toda experiência espiritual é, sob algum aspecto, a experiência do destino da alma após esta vida.

Muitas pessoas, ao se depararem com a crua realidade da existência de vários universos paralelos, são tomadas de terror. Este terror é algo intrínseco à natureza delas, não é proporcionado pela ayahuasca. A ayahuasca mostra as outras realidades, ou aspectos normalmente ocultos da realidade, e a pessoa sente o medo por si mesma. É, portanto, o psiquismo particular da pessoa é o responsável pelo medo não a ayahuasca, a qual é somente abre a visão espiritual. É por isso que nem todos sentem o mesmo pavor diante de uma mesma visão.

A ayahuasca não infunde o medo, apenas dá a experiência. É o psiquismo da pessoa que se encarrega de sentir o medo.

P. Quem são os grupos interessados na campanha midiática difamatória que está sendo orquestrada contra a ayahuasca?

R. São os grupos que se sentem diretamente ameaçados por sua difusão na sociedade brasileira. São eles os fanáticos religiosos, os fanáticos materialistas e aqueles que temem o impacto de uma massiva afinidade da população com as questões ambientais e indígenas, além de alguns grupos estrangeiros interessados na patente do produto, é claro...

Os grupos fanáticos religiosos temem perder espaço para o Daime, uma vez que esta bebida proporciona acesso àquilo que eles sempre prometeram aos fiéis e nunca foram capazes de dar-lhes. Os grupos fanáticos materialistas temem a difusão massiva de experiências parapsicológicas, o que faria com que seu ceticismo unilateral caísse em descrédito. Os grupos que tem interesse em desmatar o país e invadir as terras indígenas temem que ocorra um posicionamento em massa da população em favor dos índios e das florestas, pois a ayahuasca proporciona sentimentos de forte comunhão com as culturas xamânicas e com todos os seres da criação.

É curioso que, enquanto no Brasil há uma campanha orquestrada para demonizar a bebida com base em mentiras, fora do Brasil há cada vez mais pesquisas sobre os seus poderes curativos. Houve, inclusive, uma tentativa de patenteamento, por parte de uma empresa norte-americana, que felizmente foi revertida pelos índios. Ou seja, todos esses grupos estão bem articulados entre si, uma vez que seus interesses são convergentes.

Enquanto o Daime for um patrimônio cultural do Brasil, será muito difícil que seja patenteado por alguma empresa estrangeira. É por isso que a campanha difamatória proibicionista aqui dentro do Brasil está sendo vista com bons olhos por aqueles que querem patenteá-la. Se for proibido, o Daime deixará de ser patrimônio cultural da nação, o que obviamente deixará livre o caminho para o patenteamento.

É curioso observar que todos esses grupos ressaltam o que eles chamam de "efeitos negativos" da bebida e sua suposta "similaridade com as drogas", mas escondem, de propósito, seus efeitos positivos, as diferenças desses efeitos em relação aos efeitos das drogas e suas semelhanças com os estados místicos. Escamoteiam intencionalmente tais pontos com intenções evidentes.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Estudos científicos sobre ayahuasca

É triste constatar que muitos brasileiros sejam tão ignorantes a respeito de sua própria cultura e de sua própria flora e que digam todo tipo de asneiras ridículas e mentiras sobre a ayahuasca. O mais grave é que existam muitos jornalistas desinformados, que saem escrevendo por aí que a ayahuasca é algo igual à morfina, à cocaína, ao lsd, ao álcool, à maconha etc.

Bando de ignorantes! Porque não estudam antes de escrever sobre alguma coisa? Porque não comparam o teor das experiências, o estado de consciência, as ondas cerebrais etc. para ver a diferença que há entre a ayahuasca e as drogas?

Vai aqui uma lista de estudos para os ignorantes que detestam a ayahuasca e fazem toda sorte de acusações horríveis contra esta bebida sagrada. Irei postanto mais e mais referências conforme tiver tempo. Se vocês tiverem tempo, postem bastante material sério aqui.

Sugestões bibliográficas para ignorantes e interessados sinceros em aprender sobre ayahuasca:

Budzynsky TH. 1986. Clinical applications of non-drug-induced states. In Handbook of States of Consciousness, Wolman BB, Ullman M (eds.). Van Nostrand Reinhold Co.: New York.

Callaway J C, McKenna DH, Grob CS, Brito GS, Raymon LP, Poland RE, Andrade EN, Andrade EO, Mash DC. 1999. Pharmacology of hoasca alkaloids in healthy humans. Journal of Ethnopharmacology, in press.

Cowan JD. 1993. Alpha-theta brainwave biofeedback: The many possible theoretical reasons for its success. Biofeedback 21 (2), 11-16

Dafters RI, Duffy F, O'Donnell PJ, Bouquet C. 1999. Level of use of 3,4-methylenedioxymethamphetamine (MDMA or Ecstacy) in humans correlates with EEG power and coherence. Psychopharmacology (Berl) 145(1): 82-90.

Don NS, McDonough BE, Moura G, Warren CA, Kawanishi K, Tomita H, Tachibana Y, Böhlke M, Farnsworth NR. 1998. Effects of Ayahuasca on the human EEG. Phytomedicine, Vol. 5(2): 87-96. Fink M. 1976. Effects of acute and chronic inhalation of hashish. Marihuana, and delta 9-tetrahydrocannabinol on brain electrical activity in man: evidence for tissue tolerance. Ann N Y Acad Sci 282: 282-387.

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